quarta-feira, 28 de maio de 2008

Cresce procura por cursos não-presenciais no Brasil

O Censo da Educação Brasileira realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e pelo MEC (Ministério da Educação) revelou que a EAD (Educação a Distância) cresceu 1.867% no Brasil entre 2003 e 2006. Segundo o estudo, em 2003 havia 21.873 inscritos em cursos à distância; esse número subiu para 430.229 em 2006. Fredric Michael Litto, presidente da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância), atribui esse crescimento à boa aceitação que as pessoas passaram a ter pelos cursos não-presenciais. Para ele, essa aceitação aumentou por causa do maior volume de pessoas que querem estudar, mas não têm o tempo que um curso de graduação tradicional exige.O Inep também comparou o desempenho dos alunos de cursos das modalidades tradicional e a distância no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). Em sete das 13 áreas pesquisadas houve melhor desempenho de alunos da EAD. Quando a análise é feita somente entre os primeiros anos dos cursos, os alunos de cursos à distância se saíram melhor em nove das 13 áreas. Segundo Litto, isso se dá porque os alunos de graduação a distância precisam ter um grau maior de disciplina para poder aprender. "O mercado de trabalho está atento ao bom desempenho que alunos de EAD conseguiram no Enade", diz ele.Mas apesar do crescimento do setor, ainda há receio por parte das empresas em contratar essa mão-de-obra formada nos cursos a distância. Segundo Marisa da Silva, consultora da Career Center, empresa de consultoria de empregos, o principal motivo que faz com que as companhias abdiquem de funcionários formados nos cursos a distância é o fato da modalidade ainda ser nova no Brasil. Além disso, Marisa afirma que outro fator importante nesse sentido é o de que muitos cursos são oferecidos por instituições que não tem grande reconhecimento no mercado. "As empresas ainda procuram alunos de cursos tradicionais. Mas se o candidato quiser fazer um curso a distância é preciso procurar uma universidade de nome reconhecido no mercado", aconselha ela. Litto ressalta que o bom desempenho dos alunos de EAD no Enade ajudou a mudar a mentalidade de alguns gestores de empresas, que de acordo com ele, passaram a ver os benefícios de contratar alunos dos cursos não-presenciais. O presidente da Abed acredita que o aluno de EAD é mais disciplinado em comparação a alunos de ensino tradicional. "É preciso uma noção mais forte de disciplina para conseguir aprender em cursos a distância. Por isso, os alunos têm mais facilidade em lidar com prazos e tomam mais iniciativa", afirma Litto.


Amanda Campos Franco

Fonte: http://www.universia.com.br

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